Na segunda-feira (30) em reunião extraordinária ocorrida na Câmara Municipal de Santa Vitória, o projeto de Infraestrutura Urbana enviado pelo o Executivo Municipal não teve a aprovação do Legislativo, contrariando a expectativa do Governo Municipal que trabalha arduamente pela melhoria da infraestrutura urbana no município e nos distritos. O recurso seria usado para a realização de três obras: a construção do Complexo Cultural Municipal; a construção do Terminal Rodoviário no distrito de Chaveslândia; e a obra de infraestrutura de rede pluvial, drenagem e pavimentação asfáltica em vários pontos da cidade.
Nossa equipe teve acesso ao conteúdo do projeto que prevê investimentos na infraestrutura urbana na ordem de R$8.800.000,00 (oito milhões e oitocentos mil reais). Os recursos seriam utilizados para promover investimentos na ordem de R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) na construção de um complexo cultural, no local do antigo Santa Vitória Clube, onde seria desenvolvido o projeto do Centro Desportivo e Cultural de Santa Vitória. O projeto contempla espaços educacionais para aulas de balé, violino, violão, piano, judô e um auditório para a realização de eventos e palestras. A obra prevê ainda um anfiteatro com área de lazer para as famílias. Como educação é cultura, tal iniciativa é importante já que proporciona um leque de oportunidades para os jovens e adolescentes que muitas das vezes ficam ociosos.
Outra obra que o projeto prevê é a construção do Terminal Rodoviário no distrito de Chaveslândia. Local que recebe turistas e moradores e até hoje não conta com ponto adequado para embarque e desembarque de passageiros. Seriam investidos no terminal R$300.000,00 (trezentos mil reais).
A última, porém, considerada por muitos a mais importante e emergencial obra que consta no projeto, é a instalação de rede pluvial, drenagem e pavimentação asfáltica para solucionar os problemas causados pela enxurrada como: alagamentos, onde casas e comércios já foram invadidos pela água, além do grande desgaste do asfalto nesses trechos.
Com investimento de R$6.000.000,00 (seis milhões), esta infraestrutura é o sonho de muitos moradores principalmente nas avenidas Joaquim Ribeiro de Gouveia, Eduardo Brandão de Azeredo e Genésio Franco de Morais (proximidades da Igreja Mundial), e no Conjunto João Bigode.
A equipe do Folha da Região visitou estas áreas mais afetadas e falou com alguns moradores e empresários que já enfrentaram a força das águas durante as fortes chuvas. O empresário Eduardo Araújo de Freitas, sócio-proprietário de uma ferragista na Avenida Genésio Franco, explicou que no período de chuvas mais volumosas seu comércio fica inacessível aos clientes por conta do nível da água, e quando os veículos passam pela rua formam-se ondas que fazem com que a água invada o estabelecimento molhando peças e ferramentas, que muitas das vezes são descartadas por conta dos danos. Eduardo disse que as residências e comércios vizinhos também compartilham do mesmo problema e que os mesmos já acionaram o poder público na esperança de solucionar a questão.
Lucimeire Aparecida teve prejuízos ainda maiores em sua residência. Ela mora na Avenida São Paulo e conta que a enxurrada chega com muita pressão naquele setor e que na última chuva forte os muros de sua casa e de alguns vizinhos quebraram com a força da água, alagando todo o local. Lucimeire, assim como os demais moradores afetados, aguarda a solução do problema de drenagem pluvial para proceder a reconstrução dos muros.
Luceli Lauriane é proprietária de um mercado na Avenida Genésio Franco, próximo ao Lar do Idoso, e disse também enfrentar problemas durante as chuvas. Para conter a enchente ela construiu o passeio e o meio-fio com aproximadamente 40cm de altura, e mesmo com tal modificação, já aconteceu de a enxurrada invadir seu comércio. A empresária considera de suma importância a realização de obras na drenagem pluvial, uma vez que não só ela, mas vários moradores daquele setor sofrem quando chove.
Gilson Bala, proprietário de uma oficina e autopeças na Avenida José de Morais Coelho, também teve prejuízos com as chuvas. A água que invadiu totalmente seu estabelecimento recentemente, danificou várias peças e inclusive um elevador usado na manutenção de veículos. Ele afirma que este problema é recorrente naquela região e que qualquer pessoa que tiver dúvida quanto à necessidade de solucionar esse inconveniente, que visite o local durante as chuvas para comprovar os estragos que as águas provocam.
Somente com austeridade e responsabilidade fiscal e financeira é possível pleitear novos financiamentos uma vez que a situação financeira do município passa por rigorosas análises da Caixa Econômica Federal, o que não seria aprovado sem a devida capacidade de pagamento por parte da prefeitura.
A atual Gestão Municipal pagou até então R$5.106.560,00 (cinco milhões, cento e seis mil e quinhentos e sessenta reais) do PROJETO SOMMA que foi contraído por gestões anteriores e que foi muito importante para o desenvolvimento da infraestrutura da cidade. Vale ressaltar que esta verba disponibilizada pela Caixa, através do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA), tem prazo para ser assumida, e que se o município de Santa Vitória não for autorizado pela Câmara a contratar tal operação, outro o fará, já que muitos estão na fila em busca de tal recurso. “Contamos com o apoio dos nobres vereadores na aprovação deste projeto que beneficiará nosso município em setores importantes, atendendo os anseios da população”, disse o prefeito Salim Curi.